segunda-feira, março 14, 2011

A última foto



A manhã raiou pela janela com um leve amargo de ressaca no canto da boca, sem nenhuma pressa lançou os braços ao ar se espreguiçando sem cor, apenas alvejada pela luz nascente. Num bocejo lento sentiu a última brisa do mar do carnaval. Mesmo tímida, não hesitou em paquerar àqueles que seriam os últimos rostos que veria. Seus últimos momentos se estendiam em um preto e branco iluminado. Mal sabíamos, eu, ela e os rostos capturados que no retorno ao repouso ela seria forçada a repousar para sempre.

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